quarta-feira, 29 de maio de 2013

MPPB pede anulação de contratos em Santa Rita

A prefeitura de Santa Rita realizou vários contratos sem licitação com base em um decreto baixado pelo prefeito Reginaldo Pereira declarando situação de emergência no município, sob alegação de grave situação financeira. Para o Ministério Público Estadual, o decreto não tem respaldo legal. Só na área de educação foram mais de R$ 400 mil de contratos sem licitação, segundo informou a promotora de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, Anita Bethânia.



Ela expediu recomendação ao gestor para que anule pelo menos 11 contratos com dispensa de licitação. Já foi aberto um procedimento administrativo para apurar a suposta prática de improbidade administrativa pelo prefeito Reginaldo Pereira. De acordo com o MPPB, foram dispensadas 25 licitações com base no decreto municipal.

O procurador jurídico da prefeitura de Santa Rita, José Clodoaldo Maximino Rodrigues, disse que ainda não havia recebido nenhuma notificação do Ministério Público para anular os contratos sem licitação. Ele disse que ao assumir a prefeitura, o prefeito Reginaldo Pereira se deparou com uma situação caótica, de total desarranjo administrativo, daí ter decretado situação de emergência.



Para a promotora de Justiça Anita Bethânia, somente em situação anormal, provocada por desastres, é que se pode decretar situação de emergência. A previsão está contida no decreto nº 7.257/10 da Presidência da República, que estabelece o reconhecimento de situação de emergência e estado de calamidade pública, bem como as transferências de recursos para ações de socorro e assistência às vítimas.

Nesse caso, o decreto da prefeitura de Santa Rita teria de passar pelo crivo do Ministério da Integração Nacional, a quem compete atestar o reconhecimento da situação de emergência.




Como isso não aconteceu, o MPPB entende que a prefeitura não poderia estar realizando compras sem licitação. “A situação adversa dada como de emergência resultou possivelmente da falta de planejamento, de desídia administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis”, diz a promotora de Justiça Anita Bethânia na recomendação que foi expedida.


Ela afirma ainda que o município de Santa Rita deixou de consultar o maior número possível de interessados em contratações de caráter de emergência e que em muitos procedimentos de dispensa de licitação deixou de fazer pesquisa de preço necessária. O MPPB quer a nulidade imediata dos contratos de nº 001/2013, 003/2013, 004/2013, 080/2013/, 086/2013, 109/2013, 108/2013, 110/2013, 114/2013, 115/2013 e 40/2013.


Por: Lenilson Guedes

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